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As Fases do Desenvolvimento

Articuladoras:

Sara Medeiros Badke

Cristina Bento Farias

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Jean Piaget tornou-se um estudioso do desenvolvimento cognitivo humano ao dedicar-se, durante 60 anos, aos estudos em saber como o conhecimento tem origem e como ele evolui. Seu objeto de estudo, o conhecimento num sujeito universal, o levou a descrever as fases do desenvolvimento.

Foi em 1921, no trabalho realizado na padronização de teste de inteligência, que Piaget observou que os erros cometidos pelas crianças eram frutos de estruturas mentais características de determinada faixa etária. Assim, entre 1921 e 1930 dedicou-se em procurar a lógica da criança por meio do pensamento verbal, não verbal, as ideias espontâneas sobre o mundo físico. Entre 1930 a 1940, dedicou-se ao estudo das primeiras manifestações da inteligência e ao desenvolvimento das funções de representação, percepções e da formação de conceitos (número, tempo, espaço, ordem). Em 1940 a 1955, Piaget estuou a “construção de modelos matemáticos que fundamentam as estruturas lógicas e a descrição sistemática dos grupamentos de operações lógicas concretas e proposicionais.” (Goulart, p.13, 2007). Por fim, dedicou-se à Epistemologia Genética, isto é, a passagem do conhecimento “menos estruturado” a estados de conhecimento “mais estruturados” (Goulart, p.14, 2007), formando uma equipe multidisciplinar no Centro Internacional de Epistemologia Genética. Piaget não se deteve à classe social, à história ou a qualquer outra condição específica do sujeito para realizar as suas pesquisas, por isso caracterizou o seu sujeito como sujeito universal e epistêmico, dado que este sujeito é o sujeito do conhecimento.  

Seu trabalho ficou conhecido como estruturalista, onde, segundo Piaget (1970) “uma estrutura é um sistema de transformação, que comporta leis ou propriedades de totalidade (por oposição às propriedades dos elementos), e que se conserva ou se enriquece pelo próprio jogo de suas transformações, sem que estas conduzam para fora de suas fronteiras ou façam apelo a elementos exteriores. Uma estrutura compreende características de totalidade, de transformação e auto-regulação”. Assim, um organismo está aberto ao meio e responderá a este conforme as suas estruturas. Estas caracterizam cada momento do desenvolvimento, levando o sujeito a compreender a realidade conforme suas percepções, seus pensamentos, sua linguagem e afetividade. Neste jogo de sucessão de esquemas mentais, uma estrutura mais simples, como o reflexo da sucção, torna-se base para uma estrutura mais complexa, como as operações lógicas, levando ao desenvolvimento cognitivo. Também é conhecido como “Internacionalista”, pela interação do sujeito com o ambiente e “Construtivista Dialético”, uma vez que criança constrói o seu próprio modelo de mundo por meio da ação e, consequentemente, elabora uma construção interna de uma estrutura, que externará a sua resposta. Dialético pelo movimento, pela mudança, pela relação do sujeito com o objeto, onde o sujeito constrói o seu objeto e este participa na formação do sujeito.

 

Piaget tem mostrado que, desde o princípio, a própria criança exerce controle sobre a obtenção e organização de suas experiências do mundo exterior. Acompanha com os olhos os objetos, seu olhar explora em torno, volta a cabeça; com as mãos agarra, solta, joga, empurra; cheira os objetos, leva à boca. Essas ações, inicialmente puras formas de exploração do mundo, aos poucos se integram em esquemas psíquicos ou modelos elaborados pela criança. (Goulart, 2007, p. 18)

 

Biologicamente, são os processos de assimilação e acomodação expostos por Piaget. A assimilação constitui na incorporação de um novo objeto ou conhecimento a um esquema que a criança já possua. E a acomodação é a transformação que o organismo sofre na sua relação com o ambiente.  “Um esquema é, pois, um padrão de comportamento ou uma ação que se desenvolve com uma certa organização e que consiste num modo de abordar a realidade e conhecê-la” (GOULART, 2007, p.18).

A partir de tais processos maturacionais, Piaget classificou o desenvolvimento em quatro fases: sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. Cada período é caracterizado por aquilo que, de melhor o indivíduo consegue fazer nessas faixas etárias. Todos os indivíduos passam por todas essas fases ou períodos, nessa sequência, porém o início e o término de cada uma delas dependem das características biológicas do indivíduo e de fatores educacionais e sociais. Portanto, a divisão nessas faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida.

Referência

GOULART, Iris Barbosa. Piaget: experiências básicas para utilização pelo professor. - 23 ed. Ver. – Petrópolis, RJ: Vozes 2007.

Para aprofundar o conhecimento das Fases do Desenvolvimento, explore os slides (PDF) que apresentam as fases de forma simplificada e clara.

Aproveite para assistir o vídeo em anexo, “Jean Piaget e os Estágios do Desenvolvimento” .

E para descontrair, mas não perder o foco nas fases do desenvolvimento, leia o conto ou ouça o áudio da história “Maria, a menina que queria voar”, pois a história retrata o desenvolvimento de uma menina que tinha um grande sonho.

Maria, a menina que queria voar

Para concluir, segue a nossa sugestão para leitura deleite, o livro “Quem soltou o Pum”, cuja história aguçará a sua capacidade de levantar hipóteses. Boa leitura!

A Professora Sara Medeiros Badke é articuladora do Programa Municipal de Letramento e Alfabetização (PROMLA) e professora dos anos iniciais na E.M.E.F Bernardino Fernandes.

A Professora Cristina Bento Farias é articuladora do programa Municipal de Letramento e Alfabetização  (PROMLA) e coordenadora pedagógica de gestão de pessoas da SMEd.

Publicado em 23/04/2020

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