Consciência Fonológica
Articuladoras:
Eliziane Tainá Ribeiro
Michele Martelet

Fonte: https://fisiovital.com.br/consciencia-fonologica-por-que-sao-tao-importantes-para-as-criancas/
Leitura Deleite:
Não Confunda
Autora: Eva Furnari

Introduzindo o tema... Consciência Fonológica
Emília Ferreiro, desde os anos de 1980, trata-se de uma referência nos estudos acerca da alfabetização. Para se trabalhar com Consciência Fonológica, torna-se necessário como embasamento teórico, retomar os estudos da autora.
Ferreiro, descreve os estágios pelos quais os alunos passam até compreender o ler e o escrever. Acredita que os estudantes, mesmo não alfabetizados (como por exemplo o público da EJA – Educação de jovens e adultos) , devem ter contato com diversos tipos de texto. Em entrevista à revista Nova Escola (trecho da entrevista) elucida:
O que é essa consciência fonológica?
É a possibilidade de fazer voluntariamente certas operações com a oralidade que não são espontâneas. É possível dizer uma palavra, “lado”, por exemplo, e depois omitir o primeiro segmento fônico. “Ado” não significa nada. Isso pode ser um jogo divertido. A língua tem a propriedade de ser partida em unidades de distintos tipos até chegar às letras. Aí não posso dividir mais. Essa é uma habilidade humana. A divisão em sílabas se dá praticamente em todas as culturas.
De que maneira se adquire a consciência fonológica?
Desde pequenos participamos naturalmente de jogos em que cada sílaba corresponde a uma palma, por exemplo. A única divisão que não surge naturalmente no desenvolvimento é em unidades menores que uma sílaba, ou seja, em fonemas. Um adulto analfabeto e uma criança analfabeta não conseguem fazer isso de maneira espontânea. Quando eu adquiro a linguagem oral, tenho uma certa capacidade de distinção fônica, senão não distinguiria pata de bata. Mas parece que isso funciona num universo completamente inconsciente.
O que vem primeiro, a aquisição do sistema alfabético ou a consciência fonológica?
À medida que a criança se aproxima da escrita alfabética, sua capacidade de análise do oral também permite análises de pedaços cada vez menores do que é falado. A discussão é a seguinte: já que as duas coisas ocorrem ao mesmo tempo, tenho de desenvolver primeiro a consciência fonológica esperando que ela se aplique à escrita? Ou posso introduzir o aluno na escrita para que haja uma contribuição à sua consciência fonológica? Acredito na segunda opção. Isso se dá em virtude do contato dele com os textos, do seu esforço para escrever e do trabalho em pequenos grupos, onde ele discute com os colegas a necessidade de utilizar determinadas letras.
Ainda como sugestão indicamos a seguinte entrevista com a autora: Consciência fonológica é pré requisito para escrever?
A principal ideia que a autora propõe nesta entrevista coloca a leitura como atividade extremamente analítica. Segundo ela, o recorte de fonemas serve para escrever alfabeticamente. Portanto não há que dissociá-los das atividades da escrita.
Nesse sentido, usar da ludicidade, do jogo nesse processo torna-se fundamental. Para aprofundar teoricamente o tema sugerimos a leitura do artigo: “Diversos jogos no ciclo de alfabetização: usos e funções, de autoria de Eliana Borges Correia de Albuquerque e Clecio Bunzen (p. 58).
O artigo tem uma abordagem interessante sobre a exploração da ludicidade e dos jogos para ser pensado juntamente com o trabalho com a consciência fonológica.
Como sugestão para o trabalho com a Consciência Fonológica com as crianças, disponibilizamos o acesso a um caderno de atividades:
Referências:
FERREIRO, Emilia. Alfabetização em Processo. São Paulo: Cortez, 1996. 144p.
FERREIRO, Emilia; Teberosk, Ana. A Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Medicas 1985. 284p.
FERREIRO, Emilia. Reflexões Sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2000. 104p.
Professora Eliziane é Articuladora do Programa Municipal de Leitura e Alfabetização (PROMLA) e coordenadora pedagógica na E.M.E.F Fontoura Ilha.
Professora Michele é Articuladora do Programa Municipal de Leitura e Alfabetização (PROMLA) e diretora na E.M.E.F Fontoura Ilha.
Publicado em 16/04/2020